Sentindo sem sentido I

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sei que estou e isso basta para fazer rodopiar cada partícula de mim. Sinto, sinto forte cada gesto alegre que do exterior invade os vazios de sempre. Desaparecem? Não! Tornam-se mais vincados, inúmeras vezes mais profundos. Porque basta? Não sei, sei que estou, certo é que exista. Não dentro mas perto de tudo o que faz sentir, de todos os que sentem. Não sentindo, sinto e sei: estou aqui, vejo risos, percorro olhares e dou em mim vertendo o que sempre mantenho em mim sem ambição de mais, sem sonho de ir mais dentro. Oh, seria tal possível? Encarnar no que me marca até aos confins de mim, fazer mais parte do que me cobre de lágrimas de risos platónicos...
Impossível: meu ser é ser distante, é ser ausente e estar na fronteira. Trespassar com o olhar (será com o sentir?) o que vive sem minha marca e carimbá-lo assim num segundo que decorrerá eternamente; que me perseguirá até aos infernos encerrados nos meus enleios. O que me presenteia um momento de ausência presente é o que me distingue dos sussurros que me deixam a arder a alma. Não estou, mas estou inteira. Não faço parte, mas deixo-me sentir intenso. Não sou eu para os demais, contudo faço juz a todos os gritos que me cobrem e nãp me deixam sair de mim, de mim...
De nada senão de mim... Sou, serei, eu... Mim mesma. Eu! EU!

 
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