Estação de serviço

segunda-feira, 28 de abril de 2008


segunda-feira, 21 de abril de 2008

A cada olá trocado, um aceno frio; a cada olhar cruzado, um subtil desvio; a cada momento, um único pensamento:
Se o tempo congelasse
E nada deixasse traço
Afundava-te num abraço
Pintado de carinho.
Coração que aguentasse
E talvez me arriscasse
A segredar-te um beijinho.

Vento de desgraça

domingo, 20 de abril de 2008

A forte ventania de uma desgraça anunciada passa, eu permaneço firme sem vergar ou sem sequer tremer. Como se já visse a derrota como normal, esperando-a ao virar de cada esquina... Sem esperança, não há sonho por destruir. Eu já nada espero, logo coisa alguma pode destruir-me.

Como gostava... de voltar a ser frágil...

Torre de vigia

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Coloco-me na penumbra da mais estreita ameia, esperando que detenha todas as setas que me possam ferir. Ouço marchar o exército, está para chegar a batalha de hoje. Encolho-me num calafrio, toda eu coberta pela velha e húmida pedra austera. Sons difusos e sombras imaginárias do que está prestes a surgir paralisam-me todos os músculos, mas não cessa um de pulsar insanamente, gritando o medo que eu tanto desejo enclausurar comigo, na minha frígida e solitária muralha.
Vislumbro fugidia o horizonte, adivinhando com temor o perigo que aí vem. Os passos marcam meus compassos:

Tum.

Tum.

Tum-tum.

Apareces (desabam as muralhas…), lanças num olhar a fatal seta (…sou atingida em cheio…) e segues o teu caminho para casa, indiferente ao que desencadeaste em mim (…ou em vazio).

Não há tempo para deixar sangrar. Qual fado de Prometeu, amanhã a batalha repetir-se-á e eu… eu estarei protegida, encolhida na penumbra da minha torre de vigia (estarei?).

 
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