Na encosta

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Estava cansada, ferida na sua fome de esperança. A paz que buscava teimava em escapar-lhe num desolado jogo sem fim. Em cada novo rosto, uma promessa nova, a mesma desilusão, um tombo mais forte.

Sentou-se, por fim, na mais íngreme encosta jamais desenhada, fincando firme os longos, esguios dedos no granito amornado por rios de luz solar. O toque áspero e quente da rude pedra contrastava com a suave brisa por ali ia planando, esbatendo-se nos seus ombros desnudados, permitindo a um doce arrepio desbravar caminho entre as suas vértebras e culminar na cabeça placidamente virada para os céus. Cerrados os olhos, deixava as gigantes mãos do sol acariciar-lhe a face enquanto uma cascata lhe fazia chegar aos ouvidos o fresco chilrear das águas em movimento.

Afinal, é só isto”, sussurrou para si ao mesmo tempo que os lábios se estenderam num feliz sorriso. “Finalmente encontrei-te”.

(para a Mia, que reinventa o mundo nas sensações que dele tira.)

2 Echoes:

Someone, No One disse...

“Afinal, é só isto”, sussurrou para si ao mesmo tempo que os lábios se estenderam num feliz sorriso. “Finalmente encontrei-te”.

*.* omg lindo lindo lindo

O texto está optimo mas o final arrasa mesmo sis... simplesmente perfect...



(para a Mia, que reinventa o mundo nas sensações que dele tira.)

awww ^^

aav***

Alice disse...

está lindo.

às vezes enraiveces-me quando chegas à totalidade das minhas meias palavras.

ecoo-te.

 
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