When everything's right... Finally everything's right

sexta-feira, 20 de março de 2009



And when we feel like we're drowning into a pool of mediocrity, the world decides to remind us how joyful life can be.

For those who've kept themselves pure...
For those who don't forget...
For those who allow us to feel their greatness...

...It's always worth living another day. Here we are.

Então adeus

domingo, 15 de março de 2009

Abres lentamente a persiana, enquanto estendida me deixo estar entre lençóis que de seda não sendo, sedentos estão por te ter de novo neles jazendo. O quarto, outrora oculto em sombras disformes, afoga-se na luz que de rompante nos rouba as réstias da noite. Forço olhos meus a manter-se cegos perante o amanhecer, tentando em vão prolongar o sonho que de fugaz se esfuma pelos ares. Terá mesmo de acabar? Esgotadas as razões para não enfrentar a manhã, deixo descolar de uma vez as minhas pesadas pestanas. Vejo-te agora na claridade. Contra a luz, rebate-se serena tua silhueta perfeita, absorta no quadro pintado por detrás da translúcida fresta envidraçada. Ali está a Serra deitada, num fresco mar de verdes ondas longínquas sobrepostas ao infinito azul celeste. Tal céu que não conhece fim, ou antes o tem num algures que de tão desconhecido se torna impensável. Ao contrário de nós, meu amor… Percorres a paisagem diante da janela com tua ávida vista, saboreando a doce montra de mundo que te aguarda; um sem fim de montes, cumes e sopés encantados por viver. O desconhecido devir dá forma a teus devaneios distantes, levando-te a levitar mais além. Ali, num lá que em meus modestos muros não te amarrará.


Bebo o sorriso que momentaneamente aflora às tuas faces, tentando inutilmente fazer sucumbir a sobriedade e assim abafar todas minhas sedes de ti. Sedes de seda, aquela que o breu nocturno me deixava devanear e que agora se converte num roto, pobre pano de linho em lágrimas manchado. A cama onde me deito range desconcertada ao meu soerguer, ferida e prestes a perecer em pedaços mil. Distante, no canto mais oposto, vestes-te pesarosamente e com vagar, evitando olhar-me apesar de me saberes já desperta. Raiou o Sol também para ti e, à luz dos sonhos rompidos, sabes bem que a hora da partida é chegada.


Não adianta adiar o adeus. Quebra amarras e voa de encontro ao teu céu. Mas, ao sair, cerra a persiana… E permite que o negrume me embale o choro e descanse minha dor.

domingo, 8 de março de 2009


I wish I could stare at the wall and see something different everytime.




Só dias

Correm dias, marcados apenas no calendário onde são riscados, um a um, qual lista de alvos a abater. Inútil lista, esta, pois meus dias mortos nasceram à partida. Para que revivessem, necessário era que soubesse vivê-los. Não o sei, pois ninguém houve que me mostrasse como ressuscitar meu próprio sentir (pudessem cadáveres guiar-se de regresso à vida…). Deparo-me com uma estranha ausência de querer, numa amarga existência cujo suave sabor de dias idos me persegue e atormenta. Findas as descobertas, minha sede do novo esbarrou nas profundas e pálidas paredes de sempre e aí ficou estampada, estática para a eternidade:

Nada é novo, novo é somente o nada que resta.

 
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