quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
18/12/01
"Eu mudei! Jã não sou aquela menininha armada em forte, convencida que podia bater em todos, que te escrevia. Aquela menininha que não tinha amigos (e choro ao escrever isto).
(...)
Se eu fosse mais tolerante nessa altura, hoje seria muito mais feliz. Agora sou mais humana. Já consigo aceitar opiniões alheias sem dar dois ou três socos na cara, meia dúzia de pontapés e umas mordidelas à mistura. Também estou mais sensível, mais calma... Quem ler isto deve pensar que a mudança foi assim, "da noite para o dia", mas não. Eu tive de me ajudar a mim própria para mudar. Aliás, sempre fui e continuo a ser uma guerreira.
(...)
Durante muito tempo, vi a minha vida sem um ponto de referência.
(...)
Eu já não suportava mais não ter um amigo. Estava sempre triste, tentava isolar-me dos outros.
(...)
Neste cenário, que remédio tive eu senão mudar de personalidade devagarinho. Hoje, continuo a ser bruta, mas para divertir os outros dou estrilho, e eles riem-se. Sou uma pessoa nova."
2/06/05
"Dou por mim a querer voltar atrás e mudar tanta coisa, dizer o que não disse, fazer o que não tive coragem de fazer...
(...)
Sim, tentei mudar para ser aceite. Não tinha amigos e todos os que se davam comigo não confiavam em mim. Eu não fazia parte de nada, vivia nas malhas de mim própria, lutando desesperadamente por ser aceite. Mas não o era e, portanto, a minha arma era actuar, todos os dias, esconder tudo por detrás deste corpo, todas as fragilidades, todas as noites de um choro desesperado e solitário. Acabei por mudar-me de tal forma que deixei de me conhecer, de saber quem era.
(...)
Despesperei... Gritei por auxílio, mas ele tardava a chegar, porque tinha de partir de mim. "
(para ti).
(...)
Sim, tentei mudar para ser aceite. Não tinha amigos e todos os que se davam comigo não confiavam em mim. Eu não fazia parte de nada, vivia nas malhas de mim própria, lutando desesperadamente por ser aceite. Mas não o era e, portanto, a minha arma era actuar, todos os dias, esconder tudo por detrás deste corpo, todas as fragilidades, todas as noites de um choro desesperado e solitário. Acabei por mudar-me de tal forma que deixei de me conhecer, de saber quem era.
(...)
Despesperei... Gritei por auxílio, mas ele tardava a chegar, porque tinha de partir de mim. "
Desespero parece ser a palavra-chave. Um desesperante desencontro de mim mesma. Olhando para trás, recordo as batalhas, a guerra de me reunir com o meu verdadeiro ser, sem mais capas forjadas quer para fora, quer para dentro. Sofro, são cicatrizes duras de suportar. No entanto, hoje sei, hoje sinto, que posso hoje e sempre lutar por mim e que não há altura em que não seja possível que as nossas vidas ganhem o rumo que queremos dar-lhes. Que vivamos aquilo que queremos viver.
Não há retorno, há construção.
(para ti).