Love lead the way
domingo, 2 de maio de 2010
Spice Girls - Let love lead the way
"You can be all that and still can be who you are
You gotta know for sure that it isn't make believe
You may feel weak but you are strong
Don't you give up
If you keep holding on, you'll never be wrong
Just close your eyes because it lies deep in your heart,
yeah."
Quando algo ou alguém nos faz tropeçar, reagimos com raiva, angústia, por vezes ressentimento, outras tantas arrependimento. Damos por nós a odiar, a desejar ter feito algo diferente, a repetir o evento que nos magoou vezes sem conta na nossa cabeça... Há quem consiga camuflar estas emoções com escárnio para com o agressor, com um evitamento obsessivo e falso ou com outras capas habilmente construídas, mas elas continuam dentro de nós, quiçá ainda mais intensas, e reflectem-se numa gritante falta de fé no mundo. Quem não reparou já nos transeuntes de cara cerrada, apagados perante o que os envolve?
A vida magoa-nos, faz em todos nós duros cortes, mas aquilo de que nos esquecemos é que o que nos mata não é o corte em si, mas sim a negatividade que permitimos que permaneça em nós. Por vezes, deixamos que se torne estruturante da nossa personalidade e do nosso estar-no-mundo e aí o regresso torna-se ainda mais difícil. Se somos ódio, se somos dor, apagá-los de nós será apagar a nossa essência, será pôr cobro àquilo que mais intimamente nos constitui. É preciso coragem para nos reconstruirmos do "nada", reconhecendo as nossas próprias estruturas como insuficientes, abalando-as até cairem e darem lugar a outras. Creio que é por isso que tantos de nós se entregam à mesquinhez, ao ódio, ao estar-de-mal com a vida. Ou talvez simplesmente porque a côr das coisas foi há tanto esquecida que não sabemos já que sequer existe. De qualquer forma, o que nos rodeia é um espelho da nossa própria visão. E essa advém daquilo que construímos em nós, daquilo que nos permitimos a nós mesmos sentir. Amar o mundo parte de nós próprios e, contrariamente àquilo que geralmente tememos, não nos torna mais frágeis. Antes pelo contrário: permite-nos sofrer os mesmos golpes com uma dor diminuta, pois o ódio e o ressentimento, mesmo que os sintamos, depressa dão lugar, genuinamente, a novas maravilhas, novas descobertas, novos e belos despertares para tudo o que é vida. E acima de tudo: asseguramo-nos que estamos realmente a deixar-nos ser marcados pelo mundo de uma forma positiva; asseguramo-nos que estamos a viver.
Por isso, hoje esta música faz todo o sentido. É o amor que mostra o caminho e que deve guiar-nos, mesmo quando caímos, mesmo quando nos cortamos. É o amor pelo que nos rodeia e por nós próprios que faz tudo, cada passo, valer a pena.
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The love for life...
sábado, 1 de maio de 2010
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I wanna be wrong!
domingo, 30 de agosto de 2009
"I Want To Be Wrong"
Let me introduce myself, my name is no concern
The room is filled with superficial voices
As the smoke clears I can see one hundred little lies
Racing to the finish for a consolation prize
I want to be wrong
I wish that I was uncertain just like yesterday
This is not who I am, been planning my escape
So long now that my map looks like a maze
Always on the dark side of a pessimistic moon
Or burning in the sun of what they're saying
If you have the foresight can you read between the lines?
Finger two and four inviting fingers one and five
To be in this song, it's nothing I can shut off
But I think it's my place
To let you know I know that all your plans are fake
And what you give me I could never take
Are you confusing me with someone else you hardly even know?
I'm sitting here observing and more often I am learning
That you are an artist and this is your show... so sing it
I want to be wrong but what did i really think
That this could become real?
Now writing in cliches to learn from my mistakes
But how much of you could anyone take?
Outra das minhas bandas favoritas; já há anos que não procurava saber se tinham algo novo. Hoje procurei e foi o momento perfeito para conhecer esta música. Isto porque, sinceramente, há algum tempo que vivo assustada com a mesquinhez com que me deparo nos vários círculos onde me insiro (ou preferia não inserir). Mentir, fingir, deturpar, camuflar, mascarar, trair... Tudo é praticado como se de um desporto se tratasse e custa-me entender como é que tanta gente consegue conviver, no seu íntimo, com a merda que já fizeram. Ao contrário do que, para mim, seria natural, as pessoas parecem apagar da consciência que não valem metade do que mostram. Que o que os outros vêem nelas é uma imagem habilmente construída pelas suas teias de mentiras, enganos e encantos supérfulos. Desde que a sua imagem seja positiva para o exterior, que sejam atraentes, populares e/ou bem sucedidas, tudo corre às mil maravilhas. A sua auto-estima está preservada; o seu ego não cabe neste planeta de tão inchado. Não interessa quantas pessoas enganaram para chegar onde estão, pois falsear é encarado como fazendo parte das regras do jogo. Nem é concebível para esses seres que alguém siga outros princípios, os honestos. Pessoalmente, não consigo ser assim. Não sei se o quereria ser se conseguisse, mas o que é facto é que não sou – sou brutalmente honesta, até quando posso magoar alguém ou sair a perder. Chamem-me ingénua ou estúpida, que por vezes também o chamo a mim mesma, mas continuo a acreditar que a verdade é sagrada, mesmo quando cruel. Este antagonismo entre os meus valores e os dos que estão à minha volta causa em mim uma certa contradição, na medida em que, por um lado, me sinto minúscula e uma perfeita idiota sempre que vejo alguém a triunfar apenas pelos seus esquemas, quando eu não o conseguiria fazer; e por outro, não deixo de olhar para quase toda a gente com pena, desprezo e a superioridade arrogante de quem sabe que vale mais. De quem sabe que mesmo vivendo só e pouco identificada com os outros, não se engana a si própria e assenta a sua vida em algo verdadeiro, real e com valor, sendo que isso basta para ser infinitas vezes melhor do que os vermes que andam por aí a fazer das suas vidas um teatro de terceira categoria.
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Hello, Missing
domingo, 16 de agosto de 2009
Provavelmente, as minhas favoritas dos Evanescence. Que arrepio ouvi-las numa noite como esta. É tão estranho sentir mais empatia e mais calor com uma simples música do que com todo o mundo de gentes e coisas que me rodeia. Daí, só mais gelo, mais defesas, mais feridas abertas.
Nota: Para aqueles que possam eventualmente acompanhar este blog, a direcção do mesmo vai mudar um bocadinho, pelo menos durante uns tempos. Neste momento, preciso mais de um diário público do que de um local onde publicar algo com algum valor "artístico". Não deixão de ser gritos para o vazio, como sempre foram.
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Monólogo na plataforma
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
X - Olá, Filipe. Lembras-te de mim?
Resposta
X - Não? É normal. Acho que estava demasiado escuro naquele bar para te lembrares da minha cara e também... tinhas tanto em que pensar! Mas diz-me, já explicaste aos teus colegas de casa porque é que têm todos de limpar e cozinhar?
Resposta
X - Wow, disseste-lhes isso?
Resposta
X - Vês? E estavas tu com medo que eles reagissem mal e que o José fizesse birrinha.
Resposta
X - Estou mesmo contente por ti! Mas mesmo assim pareces abatido...
Resposta
X - Ah é? Vens do trabalho agora? Tu disseste-me o que era... espera! Trabalhas no supermercado! Eu sabia! O dia correu mal, foi?
Resposta
X - Há dias assim, mas aposto que também há coisas divertidas por lá, certo?
Resposta
X - Ahah! Vês? Isso é giro! E se desses mais valor a essas coisas?
Resposta
X - Ok, ok! Então adeus! E cuida de ti!
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